Depois da medida do
Ministério Público de determinar ao comandante da Polícia Militar do Espírito
Santo, Coronel Nylton Rodrigues (foto) de que em 4 horas retomasse os quartéis e colocasse o policiamento nas
ruas, mesmo com o uso proporcional da força, a situação se agrava a cada
instante.
Ontem à noite, um
grupamento do Exército tentou retomar um dos quartéis e foi barrado por policiais
militares, comandados por um capitão não identificado no áudio (abaixo), que
afirmou que não iriam concordar com o cumprimento de ordem absurda. “Nossos familiares nunca brigaram por nós e
estão fazendo isso porque não podemos. Não encostem as mãos em nossos
familiares, porque se preciso for morreremos com eles”, disse o capitão
aplaudido pelos demais policiais.
Hoje pela manhã, mais uma
vez o atual comandante da Polícia Militar, coronel Nylton Rodrigues, fez um
apelo para que os policiais voltem ao trabalho. A estratégia é de que os
policiais não se apresentem nos batalhões, mas sim diretamente nos postos de
trabalho. Ontem, segundo divulgado pela mídia local, alguns policiais forma
presos administrativamente e no Quartel Geral da PM várias viaturas se
apresentaram espontaneamente para serem presos.
Sem
diálogo
O governo já afirmou que
não haverá diálogo sem que antes o policiamento volte ao normal nas ruas da
capital e interior. Militares das forças armadas e da força nacional patrulham
alguns pontos e fazem a segurança nos terminais rodoviários, mas isso não tem
sido o suficiente para trazer a tranquilidade e sensação de segurança à
população.
O movimento é liderado por
parentes dos militares que pedem, além dos reajustes salariais e melhores
condições de trabalho, a saída imediata do secretário de segurança André
Garcia. “Esse senhor é um alienado que
não quis nem saber de conversa com a gente. Um pau mandado do governador que
nem aqui está para tratar e resolver os problemas que ele mesmo causou”,
disse uma das organizadoras do movimento.
Uma reunião chegou a
acontecer com os organizadores do movimento que, segundo o comandante,
concordaram em encerrar os atos, tudo devidamente registrado em ata, mas depois
mudaram de ideia. "Tudo foi
registrado em ata. Após essa reunião, grupos políticos realizaram outras
reuniões com outras deliberações. Policiais que já estavam nas ruas voltaram
para os quartéis", disse o comandante Nylton.
Com relação à volta dos
policiais aos batalhões, indicando um aquartelamento, o coronel Nylton afirmou
que, se de fato isso ficar comprovado, os militares vão respondera
disciplinarmente e criminalmente.
Ex-secretário
Nacional de Segurança Pública faz dura crítica a favor dos policiais
"Não
vou entrar em detalhes ou ajuizamentos sobre o que está acontecendo no Espírito
Santo. Só digo que entendo o seguinte: o estado plutocrático brasileiro trata
os seus policiais como mero "braço armado" para conter os pobres e
blindar os ricos. As nossas oligarquias de mauricinhos, patricinhas, playboys e
dondocas, alçados à condição de homens públicos e mulheres públicas, gente das
"boas famílias" brasileiras que se apossaram da política, vêem os
policiais como os seus "empregadinhos" autorizados ao uso da força. A
visão das elites sobre a polícia é totalmente oportunista e patrimonialista.
Também as elites da trágica pseudo-esquerda brasileira, em relação a isso, não
se portaram diferentemente, quando estiveram no poder.
Exigem
tudo da polícia e quase nada dão em troca. Sub-pagam, sub-empregam,
sub-equipam, sub-capacitam. No fundo, têm pelos policiais, que querem que os
protejam, o mais absoluto desprezo. Direitos humanos não são também para
policiais. Nem reivindicar e se organizar podem.Quando a coisa explode, e
sempre explode, e muitas vezes explode muito mal e desordenadamente, ficam
apavoradas, revoltadas, ultrajadas, mas não revisam os seus procedimentos em
relação às polícias. Sufocam sempre na base da repressão, nada aprendem, nada
evoluem.
E
esperam que a coisa mude? Vai sempre piorar e se tornar mais perigosa...
Nada
mais triste do que uma classe dominante que, além de muito perversa, é também
muito burra..." (Ex Sec Nacional de Seg Pública. Professor
Ricardo Brisolla Balestreli).
Da redação, com
informações da Gazeta Online ES
Por Poliglota...
excelente colocação do Professor Dr. Balestreli. daí não tiro e nem acrescento nada. falou tudo e bem colocado.
ResponderExcluirta chegando em brasilia
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